República das Arábias
Quando se começou a construir a explicação oficial e conveniente para a actual crise, até o mais alto dignitário da Nação se afadigava a denunciar as responsabilidades de gestores, mais os seus obscenos salários. Daí até ao aproveitamento sindical na edificação de um clima intimidatório, persecutório e inquisitorial foi um brevíssimo passo.
Tal como nós, os portugueses somos competentes a governar casa alheia, também os nossos representantes são exímios em talhar soluções para corrigir o ganancioso mundo empresarial privado, alfobre de todas as pragas, que, “esbanjando” como entende, despende, apenas, o que é seu, o valor que soube criar. Curassem, antes, os nossos governantes de arrumar a casa própria, cujas despesas no-las apresentam para liquidação no tempo presente e no futuro.
Hoje reeditou-se o episódio do salário do governador do Banco de Portugal, cujo montante só é ultrapassado pelo de outros dois felizardos em todo o mundo.
Tolerar esta escandalosa desproporção – de riqueza das nações e da competência e eficiência profissionais tantas vezes postas em causa nos últimos tempos -, um dia mais que seja, diz tudo da solidez moral, da honradez dos titulares de cargos políticos (i)responsáveis. Abrir a boca para lançar anátemas sobre os gestores privados enquanto este quadro se mantiver é hipocrisia a justificar interminável e veemente repúdio.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial