TRANSMONTAR

Dissertações sobre Trás-os-Montes, seu passado, presente e futuro. Idiossincrasia transmontana e visão do mundo a partir deste torrão.

14 março 2004

Um Lula, uma velha raposa, os joanetes desta

Um Lula, uma “velha raposa”, os joanetes desta, um “fóssil” ideológico que ameaça sair da gaveta e outros equívocos...

Fonte próxima de Mário Soares revelou à agência asuL a razão que motivou a falta de comparência do ex-Presidente da República à passeata de protesto, organizada pela CGTP, que percorreu, no dia de anteontem, as principais artérias da capital e culminou em barulhenta concentração na praceta da Assembleia da República.
“Foram os joanetes, foram os jo-a-ne-tes!”, sussurrou, soletrando, a nossa fonte. Com efeito, confirmámos ter sido uma inflamação aguda e (in)oportuna dos referidos nódulos a ocorrência incapacitante do presidencial ímpeto revolucionário, recuperado e reorientado, que inviabilizou mais uma concupiscente manifestação pública de apreço ideológico mútuo que vem caracterizando, por estes dias, a relação entre os dois líderes: a “velha raposa” da política portuguesa e a sempre-ígnea promessa do sindical-socialismo entrincheirado, Carvalho da Silva, figura por quem Mário Soares considera valer a pena soltar, da gaveta histórica, aprisionados e adormecidos génios ideológicos, decisivos para a desejada ascensão daquele ao estatuto de Lula português.
O monarca republicano e laico do Campo Grande terá comunicado, telefonicamente, a Carvalho da Silva a sua arreliadora indisponibilidade para estar presente — como vem sendo hábito — na marcha imparável do 11 de Março e, como que a redimir-se por este seu não-alinhamento da Primavera (radiosa), terá sugerido ao Trabalhador o agendamento de uma acção conjunta a levar a efeito em 25 de Novembro próximo. Não nos foi possível, até à hora de envio deste despacho, obter confirmação da eventual receptividade do patrão dos trabalhadores a tal convite ou, sequer, se admite concessões de calendário para lhe poder responder afirmativamente. ASUL