TRANSMONTAR

Dissertações sobre Trás-os-Montes, seu passado, presente e futuro. Idiossincrasia transmontana e visão do mundo a partir deste torrão.

11 julho 2003

Universidade de Braganca 2

Universidade de Bragança - novo
Folgo por saber que o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Adão Silva, transmontano de Macedo de Cavaleiros, defende, igualmente, a ideia da ausência de justificação para a criação de uma universidade em Bragança.
Em entrevista ao Público, hoje publicada, não se alonga na fundamentação, pois não invoca mais que a diminuição da frequência, mas dá sinais de determinação a fim de evitar mais despesa inútil.
Para o coadjuvar nesta "cruzada", notícias da Portugal Telecom, insertas na mesma página, dão conta da desactivação quase total dos serviços que restavam na sucursal de Mirandela daquela empresa de telecomunicações. Nem o balcão de cobranças de facturas escapou nesta nova iniciativa de reestruturação empresarial, motivada, evidentemente, por critérios de racionalidade económica, ligados, também, à quebra demográfica e às implicações associadas com que todos nos confrontamos.
Ainda nesta fértil página cinquenta e cinco daquele diário, somos informados da decisão, inapelável, do senhor governador civil do distrito de Bragança de transferir, de Macedo de Cavaleiros para a capital distrital, o Centro de Coordenação Operacional dos Bombeiros. Trata-se de uma decisão assumidamente polémica e tomada "contra todos os bairrismos" (sic). Quando se indaga acerca das razões que motivaram tal tomada de posição, a resposta do inefável governador alinha pela parcimónia verbal: é assim... porque sim! Estamos conversados; sobre este episódio pitoresco e sobre a utilidade da figura dos governadores civis assim demonstrada. É que, concordamos, "nem todas as promessas eleitorais são viáveis". Já o mesmo não se poderá dizer daquela que garantia a extinção desta forma de representação distrital do governo, cuja viabilidade é, gradualmente, reconhecida. Num país que, na última década, "encolheu" para menos de metade, por força do investimento nas acessibilidades e da revolução das comunicações, os governadores civis são um anacronismo que manteve, como derradeira utilidade, a satisfação de clientelas regionais sequiosas de honras e prebendas.